Huberto Rohden

Huberto Rhoden nasceu no dia 30 de dezembro de 1893, às 6 horas, em Braço do Norte, distrito de Tubarão, em Santa Catarina, e faleceu à zero hora, de 7 de outubro de 1981, numa clínica naturista de São Paulo.
Filósofo, teólogo, professor, conferencista, tradutor e escritor com mais de 65 obras sobre Ciência, Filosofia e Religião, várias delas traduzidas para outras línguas, inclusive o Esperanto e até mesmo em Braille, para institutos de cegos.
Em contrapartida, ainda não devidamente reconhecido em sua própria pátria, a não ser por meios especializados da Filosofia, Pedagogia, Religião, Artes e Espiritualidade (dentre outros setores especializados), fato que sustentou, sobremaneira, a força motriz para tessitura destas linhas na forma de homenagem e justa divulgação – por parte deste que vos escreve – diante da importância do seu legado à Humanidade, assim como segue…
O menino Huberto, era o sétimo de quatorze irmãos, filhos de João Rhoden Sobrinho a Anna Locks, descendentes de imigrantes alemães originários da Westfália. Ainda garoto, vivia alegre e feliz em companhia dos irmãos, brincando e ajudando os pais no trato dos animais e agricultura em uma fazenda. Certo dia, adentra a residência dos Rhoden um homem estranho – o padre Joham Kloecker, auxilar do vigário de Tubarão (SC), que de imediato afeiçoa-se ao menino por enxergar nele uma genialidade latente e uma grande promessa. O padre então, passa a dar aulas de catecismo, latim, matemática e francês para Rohden (aos dez anos); após dois anos, o encaminha ao Colégio São José (RS) na condição de pré-seminarista onde é preparado para ingresso no Seminário Maior. Com apenas 13 anos, Huberto já estuda com rigor e afinco, teologia, latim, grego, dogmática e Direito Canônico.
Pouco tempo depois – com uma irresistível vocação literária florescendo – Rohden começa a escrever para a Revista Estudantil “O Eco”, dos jesuítas de Porto Alegre, em seguida para “O Beija-Flor” e “Vozes”, dos Franciscanos de Petrópolis. Em 1920, aos 27 anos, o jovem sacerdote, é enviado para uma paróquia local de Florianópolis, período em que passa a trabalhar e escrever em larga escala, com expressiva produção literária que compõe cerca de 30 obras correspondente à sua fase jesuítica.
No ano de 1924, após 30 dias de intensa meditação, Huberto Rohden tem sua primeira experiência mística, sob a orientação do padre jesuíta Leopoldo Arntzen. Desde então, os exercícios espirituais passam a fazer parte da sua vida.
Posteriormente, patrocinado pelos jesuítas, vai para Innsbruck, na Áustria, cursar Ciências Naturais, Teologia e Filosofia. Em seguida, parte para Valkenburg, na Holanda, e depois, Nápoles, na Itália, onde faz novos cursos… E no seu regresso ao Brasil, traz em sua bagagem cultural, diversos cursos e vários títulos de doutor.
Em 1931, submete-se mais uma vez a 30 dias de silêncio e meditação (ainda sob a direção espiritual do padre jesuíta), que ao término, tinha como uma das diretrizes a prestação de contas sobre os resultados ou experiências íntimas transcendentes alcançadas no período de retiro. Ao prestar contas sobre sua experiência meditativa, notou-se claramente que, o seu Cristo não era o mesmo Cristo dos jesuítas. Este episódio resultou, ainda que de maneira velada, certa perseguição a ele, por parte da classe clerical.
Além da vasta produção autoral, Rohden também fez traduções do Novo Testamento, Bhagavad Gita e Tao Te Ching, com a preocupação e o cuidado em editá-los a preços populares, de modo que facilitasse a democratização do conhecimento – ao longo de sua vida revisou, atualizou e reescreveu o conjunto de escritos. Consequentemente, tomou consciência de certos enganos inerentes ao ensino ocidental, e dedicou-se a partir daí, ao esclarecimento e ensino das diferenças entre os dois campos, de um lado o Ocidental, e do outro lado, o campo Oriental. O movimento educador de Rohden neste sentido, agrava ainda mais a tensão entre o clero brasileiro e o sacerdote.
Até que, enquanto escrevia de maneira febril, percorria o Brasil, ministrava cursos e proferia palestras e conferências, aclamado em todo nosso país – em 1942, sob alegação de que seus livros não são católicos, mas apenas cristãos, são todos proibidos pelo clero brasileiro. Destarte, finalmente Huberto Rohden deixa o clero em 1943, após 25 anos de sacerdócio.
À vista disso, abriam-se novos e livres caminhos, ao encontro do fluxo pensante e criador que o animava!
O ENCONTRO COM EINSTEIN
No biênio de 1945/1946, Huberto Rohden aceita uma bolsa de estudos como convidado na qualidade de pesquisador, oferecida pela Universidade de Princeton, em Nova Jérsei, Estados Unidos.
Quase nada sabia, até esta data, do maior matemático do século – quiçá de todos os tempos – que lançou as bases para a “Era Atômica”. Tampouco sabia da sua presença em Princeton, aquela pequena cidade derramada no meio de um descampado, a uma hora de trem de Nova Iorque. Foi então, que cerca de um mês após sua chegada em Princeton, passando pela Mercer Street, em meio ao bosque, um colega lhe mostrou o sobrado modesto e quase totalmente coberto de trepadeiras, dizendo que lá morava Albert Einstein…

Casa de Albert Einstein, na 112 Mercer Street, em Princeton, Condado de Mercer, Nova Jérsei, Estados Unidos, onde Albert Einstein morou de 1935 até sua morte em 1955.
Algum tempo depois, Rohden em companhia de outro brasileiro, fazem uma visita rápida ao homem solitário e taciturno – cabeleira desgrenhada, barba por fazer, sapatos sem meias, e todo envolto num vasto manto cinzento, com olhar longínquo de esfinge em pleno deserto – lá estava o homem, cujo corpo ainda vivia na terra, mas cuja mente habitava nas mais remotas plagas do cosmo, ou no âmago invisível dos átomos!
Rohden (2005) descreve em “Einstein: O Enigma do Universo”, a primeira impressão que teve de Einstein:
“Conversar com Einstein seria como profanar a sua sagrada solidão.”
Até que, mais tarde, Rohden descobre uma provável maneira de se encontrar com Einstein sem ser importuno… Soube que, costumeiramente a cada manhã ele subia o morro detrás da Universidade, no qual, ao topo verde ergue-se o Institute for Advanced Studies (Instituto para Estudos Avançados), local onde Einstein se encontrava com a equipe atômica: Oppenheimer, Fermi, Bohr, von Braun, Meitner, entre outros corifeus da ciência.
Durante a subida pelo bosque, Einstein caminhava invariavelmente sozinho e silencioso, de tal maneira que, por vezes, Rohden emparelhava com o peregrino “cosmo-pensante” sem que ele percebesse a sua presença; quão longe divagava, pelo mundo dos átomos ou dos astros…
Nesses preciosos e solitários encontros, Rohden dispunha da oportunidade para expor suas ideias, ainda embrionárias à época, a respeito da misteriosa afinidade entre Matemática, Metafísica e Mística…
Pensamentos e reflexões que futuramente aprimorou na vasta dimensão das suas obras. Mas sobretudo, aqueles dois anos de convívio com Einstein, convenceram-no de que um homem pode atingir o apogeu da mais pura ética sem que, necessariamente, precise recorrer aos dogmas de qualquer sistema religioso em particular. Mesmo sem professar nenhuma religião, Einstein era uma espécie de religioso, sem religião confessional.
Aliás, neste tocante, há um curioso paradoxo que é possível ser notado quando tratamos da maioria dos grandes gênios religiosos da história Humana: todos foram condenados como ateus pelos teólogos dogmáticos dentro das suas igrejas, haja vista o próprio Cristo; não obstante, admirados como gênios ou místicos por filósofos, livres pensantes e imparciais.
Ao entrar em ressonância com a “Unidade Suprema”, por meio de experiência fenomenológica de consciência profunda, compreende-se que, o “Uno”, não tem pessoalidade nem entidade individual religiosa, mas está presente em toda a criação! Exempli gratia, a Matemática, quando totalmente abstrata é também via de contato com a Realidade Universal, ademais, além de todas as facticidades concretas, é ínsito no homem identificado à Infinita e Absoluta Realidade Universal, enxergar as facticidades ordinárias, individuais e finitas que governam a vida do homem comum, pelo olhar da impermanência natural e inerente à toda criação.
Louvores ou vitupérios, sucesso ou insucesso, vivas ou vaias, amores ou ódios, simpatias ou antipatias – nenhuma dessas coisas tem real importância na mente do homem que realiza a harmonia com o invisível Uno imanente aos visíveis “Versos” do Universo.
Longe da concepção de mundo cartesiana e dualista, Einstein era para Rohden, em suas palavras:
“(…) um homem místico-cósmico, um homem amavelmente ético-humano.
(…) sereno e benévolo com todas as criaturas de Deus.”
A propósito, numa ocasião, durante longo período em estado de coma que pôs termo à vida de uma parenta de Einstein, o exímio matemático, passava horas inteiras sentado à cabeceira dela, tocando violino ou lendo excelsos diálogos de Platão sobre a imortalidade… Interessante, quando alguém o advertiu que a doente estava inconsciente, Einstein respondeu que ela ouvia tudo, embora não pudesse reagir visivelmente!

Albert Einstein tocando violino, por volta de 1930. Na mesma época, declarou em uma entrevista: “Se eu não fosse um físico, provavelmente seria um músico”. Apenas alguns poucos e próximos sabiam que sua maior alegria na vida era a música, ele tocava piano e violino desde a infância.
Outra originalidade de sua personalidade é, certa vez, quando a empregada resolveu pôr ordem na pitoresca papelada sobre a escrivaninha de Einstein, encontrou um cheque de mil dólares já com enorme atraso, com a função de marcador de leitura de um livro…
Na biblioteca de Rohden, existem dois livros de Einstein que não versam nem de Matemática nem de átomos. Um deles intitula-se “Mein Wetbild”, cuja tradução inglesa diz The world as I see it (O mundo como eu vejo); o título do outro é “Aus Meinen Späten Jahren” (Dos meus últimos anos). São coletâneas de discursos e artigos ocasionais sobre Deus, o homem, a sociedade, Filosofia, Ética, Sociologia e Política.
O que há de notável e instigante nas palavras de Einstein, é que ele afirma de forma categórica que, qualquer lei cósmica pode ser descoberta pelo “puro raciocínio”, denominado por ele de “intuição cósmica”. Para tanto, se sustenta no princípio dedutivo do “a priori”, afirma que a intensa concentração mental na Causa ou Fonte (diuturna focalização no Uno do Universo), nos pode revelar todo mundo do Verso, dos efeitos.
Assim, quando por ocasião, professor da Politécnica de Zurique, na Suíça, suscitou verdadeiro escândalo acadêmico entre os doutos colegas, ao afirmar que o princípio básico de toda a ciência Superior era “a priori-dedutivo”, e não “a posteriori-indutivo”! Em outras palavras: o último estágio do processo cognoscitivo, vai do Uno ao Verso, e não vice-versa. Então o homem deve focalizar a Causa (Uno) e assim, partir para os efeitos (Verso).
Sobrevém a magna pergunta: Como atingir a causa, a não ser pelos efeitos?
Einstein diz que o Uno, Causa da Realidade, é revelado ao homem quando está em condições de receber esta revelação – portanto para ele – o homem não pode causar a revelação, mas pode sim, criar as condições para que a Realidade revele-se a ele:
“Eu penso 99 vezes, e nada descubro; deixo de pensar e mergulho no silêncio – e eis que a verdade me é revelada.”
O mesmo fenômeno, em outros termos, é expresso no poema hindu Bhagavad Gita:
“Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece.”
No mesmo sentido, Cristo:
“As obras que eu faço não sou eu que as faço, mas é o Pai em mim que faz as obras; de mim mesmo nada posso fazer.”
Um teólogo diria:
“Quando o homem tem fé, Deus lhe dá a Graça.”
Rohden, com a “Filosofia Univérsica” (termo cunhado e desenvolvido após os diálogos com Albert Einstein) diria:
“Quando o ego está em condições propícias, o Eu se revela. Ou seja: Quando o canal está aberto, as águas da Fonte fluem para dentro dele.”
Nota-se em todas as citações, que para existir manifestação da causa é necessário haver condição. Nesse sentido, de acordo com as impressões que Huberto Rohden nos revela sobre Einstein, fica claro que o princípio fundamental da sua Matemática é exatamente este: estabelecer condições favoráveis para que a causa possa ser canalizada. As condições pertencem ao homem; a causa é do cosmo.
Einstein assevera que a Matemática, quando abstrata é absolutamente certa, mas quando concretizada perde sua certeza na razão direta da sua concretização, ou seja, a Realidade é 100% certa, ao passo que as facticidades não acusam 100% de certeza… Certeza, firmeza, segurança, tranquilidade, consciência da Realidade, serenidade, felicidade – tudo isso brota da Fonte Suprema da própria Realidade, assim sendo, não pode ser gerado nem destruído pelas facticidades!
Em 1916, Einstein publicou o artigo sobre sua teoria geral da relatividade (a especial havia sido divulgada em 1905), corrigindo as ideias de Newton, ao prever um universo de quatro dimensões e sempre influenciado pela força da gravidade; esse universo espaço-tempo é curvo ou arqueado pela gravidade, particularmente perto de corpos maciços, como estrelas, assim sendo, a luz curva-se ao passar nas suas proximidades.
O próprio Einstein gostava de fazer piadas sobre suas descobertas. Em certa ocasião, ao discorrer sobre a curvatura do espaço, disse que se o homem tivesse uma visão extraordinária, que rompesse todas as limitações, ele olharia para a frente e veria a própria nuca!
Logo, para Newton, o cosmo era estático, rígido, definido e imutável; para Einstein o Universo era instável, nada fixo, tudo móvel, nada absoluto, tudo relativo… Na concepção de Newton, o Universo seria uma grande máquina – para Einstein, o Universo é um grande pensamento…
Em entrevista concedida para O Estado de S. Paulo, em 11/03/1979, matéria intitulada Huberto Rohden, O homem que revolucionou a arte de pensar, Rohden descreve um Einstein que mais se assemelha aos antigos magos, alquimistas e taumaturgos, devido sua característica de pensamento intuitivo; não meramente analítico. Isso não significa, absolutamente, a existência de algo sobrenatural; significa que Einstein acreditava não haver caminho lógico para compreender as Leis Universais – o único caminho seria o da intuição.
Parece haver emanação plena e constante sustentada pela Fonte Suprema (Uno) para todo Universo, contudo, a quantidade e a qualidade de informação recebida por parte do canal do Verso, é condicionada à capacidade de recebimento deste canal; nas palavras de Rohden:
“O recebido está no recipiente, segundo a capacidade do recipiente.”
Esse mecanismo de comunicação, não é novidade alguma, nos foi revelado sob diversas maneiras, por mestres iluminados que passaram pela humanidade, embora seja levado em conta a pouca quantidade de seres que vivenciaram a verdadeira Realidade, o caminho foi anunciado, ao exemplo de mais de dois mil anos atrás…
“Conhecereis a Verdade – e a Verdade vos libertará.”
“Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.”
A FILOSOFIA UNIVÉRSICA DE RHODEN
A Filosofia Univérsica de Huberto Rohden é análoga à filosofia panenteísta (pan = todo/tudo; en = em; Thèos = Deus; ismos = doutrina), que significa Deus em tudo e tudo em Deus; o universo está contido em Deus. Na Filosofia Univérsica, os princípios são eternos, assim: não excogitados pela mente humana, mas intuídos pela introvisão de grandes sábios ou seres autoiluminados – assim como também foi – Huberto Rohden.
Depois de ter convivido mais de um ano com Albert Einstein, na Universidade de Princeton, e depois de ter lecionado Filosofia a milhares de jovens e adultos numa das Universidades de Washington D.C. – Rohden se convence de que, em plena era atômica e cosmonáutica, não era mais possível fazer Filosofia nos moldes tradicionais.
A ciência nos últimos decênios, havia assumido um caráter monista como nunca dantes; o seu antigo pluralismo heterogêneo culminou num monismo homogêneo, que focalizava a aparente diversidade do cosmo numa fascinante unidade. Esta unificação de pluralidade deve-se, sobretudo, ao fato de termos a matemática de Einstein e a ciência dos físicos demonstrado que os 92 elementos da química de que são feitas todas as coisas são essencialmente luz, luz congelada ou semi-passivizada, manifestando-se como matéria e/ou energia. Sabemos hoje analiticamente, o que Moisés sabia há 3.500 anos antes, intuitivamente: que todas as coisas do mundo são lucigênitas. E, por esta razão, podem ser também lucificadas.
Esta verdade, que ainda enche de estupefação os mais inexperientes e de dúvidas os céticos, foi o paradigma supremo conquistado pela inteligência humana do século vinte.
Além disto, o monismo físico da ciência não podia deixar de ter o seu paralelo no monismo metafísico da sapiência, ou filosofia. A heterogeneidade dos sistemas filosóficos estava a clamar por uma homogeneidade unitária que completasse pelo eterno Uno, o efêmero Verso do Universo. Não era mais possível, em nosso tempo, tomar por base da filosofia perene, escolas, sistemas e pessoas… Mister se fazia partir de um novo alicerce que não fosse a variável mentalidade humana.
O grande médico russo A. Salmanoff afirma nos seus livros Segredo e Sabedoria do Organismo e O Milagre da Vida, que encontrou na Europa, nada menos de 75 sistemas filosóficos, nenhum dos quais prestou jamais o menor benefício à humanidade. É possível que Samanoff tenha razão no tocante aos sistemas filosóficos, produtos oriundos do cérebro humano.
A Filosofia Univérsica, porém, não refere-se a nenhum sistema filosófico mentalmente excogitado – trata da eterna e indestrutível Realidade do Universo. Toma-se o próprio cosmo como base e diretriz do pensamento e da vida humana – O Universo que, na sua essência Una e imutável, se manifesta sem cessar no Verso de existências sempre novas!
Sendo o Universo infinito e finito, eterno e temporário – a indestrutível realidade do macrocosmo sideral não pode deixar de ser também lei que rege o microcosmo hominal… de forma intuitiva e por própria vontade, o homem pode tornar-se (caminho) livremente o que o Universo é automaticamente (essência); pode fazer de si mesmo, a harmonia que o “Creador” (“Crear” é a manifestação da Essência em forma de existência – “criar” é a transição de uma existência para outra existência; o Poder Infinito é o “Creador” do Universo – um fazendeiro é um “criador” de gado.) fez do cosmo sideral e atômico!
O “homem univérsico” ou integral é uma harmonia “creada” pelo seu livre arbítrio.
Os gregos denominavam o Universo “kosmos”, cujo radical significa beleza.
Os romanos deram ao Universo o nome “mundus”, que quer dizer puro.
Quando o homem se “universifica”, torna-se belo e puro, como o “Kosmos” e o “mundus”.
Se houvesse, no macrocosmo ou no microcosmo, apenas unidade sem diversidade; centripetismo sem centrifuguismo, teríamos uma insuportável monotonia e eterna estagnação!
Se houvesse apenas diversidade sem unidade, centrifuguismo sem centripetismo, acabaria tudo num imenso caos!
Mas, como o Universo é o que o seu nome diz – unidade na diversidade – resulta essa estupenda harmonia, que é o perfeito equilíbrio entre os dois polos, aparentemente contrários, mas realmente complementares: o Uno da causa vertido (Verso) na pluralidade dos efeitos!
O homem univérsico ou universificado pode e deve fazer, pelo poder do livre arbítrio, o que o cosmo sideral e atômico é por necessidade automática: É esta a quintessência da Filosofia Univérsica, o Alfa e o Ômega da vida humana…
Aquele que cultiva e vive esta filosofia, como um homem cósmico, ou homem univérsico, abre-se para a consciência cósmica, segundo Rohden (2004):
“… depois de mergulhar totalmente no eterno Uno do cosmo e nele se consolidar definitivamente pela experiência – eu e o Infinito somos um -, realiza um movimento reversivo rumo às periferias, sem deixar o centro; ramifica-se através de todos os diversos do mundo, penetrando da intensa luz central da sua consciência unitária, todas as trevas e penumbras das diversidades periféricas, tornando transparentes pelo fulgor do seu ser todas as opacidades do seu agir. De dentro do seu silencioso nirvana central, domina o homem cósmico todos os ruidosos samsaras periféricos do mundo em derredor. O homem univérsico vive a causa una em todos os efeitos múltiplos, faz transbordar a sua experiência mística em vivência ética, infinitizando todas as finitudes, lucificando todas as trevas, vivificando todas as mortalidades.
A filosofia univérsica, como se vê, tem o condão de nos levar à sofia, de nos conduzir à realidade absoluta, ao Criador, ao nosso Pai Celeste, de nos transformar numa poderosa antena de captação do Infinito e de retransmissão desinteressada para todos os finitos.”
Aos 87 anos, na cidade de São Paulo – ano de 1981, Huberto Rohden profere as últimas palavras em estado consciente:
“Eu vim para servir a Humanidade”.
RELAÇÃO DAS OBRAS DE HUBERTO RHODEN:
I – FILOSOFIA UNIVERSAL
A Filosofia Contemporânea
O Espírito da Filosofia Oriental
O Pensamento Filosófico da Antiguidade
II – FILOSOFIA DO EVANGELHO
Assim Dizia o Mestre
Filosofia Cósmica do Evangelho
O Nosso Mestre
O Quinto Evangelho – Tomé (tradução e comentários)
O Sermão da Montanha
O Triunfo da Vida sobre a Morte
Sabedoria das Parábolas
III – FILOSOFIA DA VIDA
A Arte de Curar pelo Espírito – de Joel Goldsmith (tradução)
A Experiência Cósmica
A Grande Libertação
A Mensagem Viva do Cristo (tradução dos quatro Evangelhos e comentários)
A Metafísica do Cristianismo
A Nova Humanidade
A Voz do Silêncio
Bhagavad Gita (tradução e comentários)
Cosmorama
Cosmoterapia
De Alma para Alma
Deus
Dias de Grande Paz – de Mouni Sadhu (tradução)
Educação do Homem Integral
Em Comunhão com Deus
Em Espírito e Verdade
Entre dois Mundos
Escalando o Himalaia
Estratégias de Lúcifer
Evangelho ou Teologia?
Filosofia da Arte
Ídolos ou Ideal?
Imperativos da vida
Lampejos Evangélicos
Lúcifer e Logos
Luzes e Sombras da Alvorada
Minhas Vivências na Palestina, no Egito e na Índia
Novo Testamento (tradução do texto grego)
Novos Rumos para a Educação
O Caminho da Felicidade
O Cristo Cósmico e os Essênios
O Drama Milenar do Cristo e do Anticristo
O Homem
O Homem e o Universo
Orientando
Porque Sofremos
Profanos e Iniciados
Que vos Parece do Cristo?
Roteiro Cósmico
Rumo à Consciência Cósmica
Setas para o Infinito
Tao Te Ching (tradução)
IV – MISTÉRIOS DA NATUREZA
Alegorias
Ísis
Maja Aventuras de uma Abelha – de Waldemar Bonsels (tradução e adaptação)
Maravilhas do Universo
Por Mundos Ignotos
V – BIOGRAFIAS
Agostinho
Einstein: O Enigma do Universo
Jesus Nazareno – 2 vols.
Mahatma Gandhi
Myriam
O Profeta das Selvas – Vida e Obra de Albert Schweitzer (Prefácio e coordenação)
Pascal
Paulo de Tarso
Por um Ideal – 2 vols. (Autobiografia)
VI – OPÚSCULOS
Aconteceu entre 2000 e 3000
Assim dizia Mahatma Gandhi (100 pensamentos)
Autoiniciação e Cosmomeditação
Catecismo de Filosofia
Ciência, Milagre e Oração são compatíveis?
Filosofia Univérsica – sua origem, sua Natureza e sua Finalidade
Pelo prestígio da Bíblia na era atômica
Rumo à Consciência Cósmica
Saúde e Felicidade pela Cosmomeditação
Marcus Vinicius C. de Almeida
Referências:
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. A fenomenologia do espírito. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
OLIVEIRA, Nelci Silvério de. A filosofia, os filósofos e a incessante busca da verdade. São Paulo: Editora do Conhecimento, 2015.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia. 11. ed. São Paulo: Paulus, 1990.
ROHDEN, Huberto. A Experiência Cósmica. São Paulo: Martin Claret, 1995.
______. Agostinho. 4. ed. São Paulo: Alvorada, 1976.
______. A Grande Libertação. 3. ed. São Paulo: Alvorada, 1980.
______. Einstein, O Enigma do Universo. São Paulo: Martin Claret, 2005.
______. Ídolos ou Ideal?. 2. ed. São Paulo: Alvorada, 1983a.
______. O Espírito da Filosofia Oriental. São Paulo: Martin Claret, 2013.
______. O Homem e o Universo. São Paulo: Martin Claret, 1990.
______. O Pensamento Filosófico da Antiguidade. São Paulo: Martin Claret, 2008.
______. Profanos e Iniciados. 2. ed. São Paulo: Martin Claret, 1983b.
______. Setas para o Infinito. São Paulo: Martin Claret, 2004.
TRUC, Gonzague. História da filosofia. Rio de Janeiro: Globo, 1958.
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